A articulação das políticas de emprego e de proteção em Portugal

Este livro aborda e discute as principais linhas de orientação das políticas de emprego e de proteção em Portugal, bem como a sua articulação ao longo das últimas cinco décadas. O foco é colocado em dois momentos críticos recentes: a crise financeira de 2008 e a crise decorrente da pandemia de COVID-19. Para ajudar a compreender os sentidos das mudanças, optou-se por uma estratégia metodológica plural, capaz de diagnosticar uma multiplicidade de informações de diversas fontes. Os resultados apontam num duplo sentido. Numa perspetiva de tempo longo, apesar de o quadro evolutivo ser marcado mais por continuidades do que por grandes disrupções, o período é atravessado por momentos de tensão e alternância entre políticas, e pontuado por dois movimentos: um movimento no sentido do progresso social e outro no sentido do retrocesso social. Oscilantes, mas não necessariamente cronológicos, estes movimentos podem coexistir nos mesmos ciclos e legislaturas. Numa perspetiva de tempo curto, verifica-se que a resposta dada às duas crises referidas foi diferente, assim como os seus resultados. O país respondeu melhor à crise pandémica do que à crise financeira. As políticas contam. Contudo, o pós-crise pandémica é ainda incerto, tal como o processo de recuperação.

Palavras-chave: crises, políticas sociais e de emprego, (des)proteção social, ativação, vulnerabilidades socioeconómicas.

Autores: Jorge Caleiras, Renato Miguel do Carmo

Próximo
Próximo

As consequências socioeconómicas da COVID-19 e a sua desigual distribuição