3 julho 2020: Skills 4 pós-COVID-19 para a Ciência e o Ensino Superior (sessão online)
A iniciativa “Skills 4 pós-COVID-19 para a Ciência e o Ensino Superior” promovida pelo Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social (CoLABOR), em cooperação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, decorreu no passado dia 3 de julho.
Esta sessão teve início pelas 15h na sede do CoLABOR e contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, da equipa de investigadores do CoLAB e de instituições universitárias associadas, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e de profissionais altamente especializados das empresas associadas a este Laboratório, como a Mota-Engil, a SONAE e a Delta Cafés.
Durante a sessão, foram partilhadas reflexões e observações a partir de diversas experiências que contribuíram para uma análise em torno de três aspetos essenciais que apoiam a consolidação de práticas e abordagens de ensino, aprendizagens, trabalho e investigação para preparar a transição para o período pós-COVID-19. Os grandes temas abordados foram, em primeiro lugar, as megatendências e vulnerabilidades que marcam a sociedade atual e a procura de respostas estratégicas, resultantes dos contributos qualitativos do CoLABOR, da Mota-Engil, da Delta-Cafés e da OIT. Em segundo lugar, foram abordadas as missões colaborativas nas respostas emergenciais a partir das reflexões do CoLABOR, da CNIS e da SCML, terminando com a partilha de observações e reflexões pelo CoLABOR/CES, pela SONAE, pelo IEFP e pelo INA em torno das ofertas formativas e o lugar da ciência, da tecnologia e do ensino superior em tempos de pós-COVID-19.
Em nota de trabalho durante a sessão, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sublinhou a centralidade do CoLABOR para a conceção de contributos qualitativos e para o aprofundamento das reflexões que foram apresentadas em torno dos desafios particularmente oportunos para Portugal e a nível global, nomeadamente, “a questão da adoção do teletrabalho, quer no setor empresarial, quer na administração pública”. O Ministro considerou ainda que há “muito que aprender e adequar” na adaptação a novas condições de trabalho.
Durante a sessão de encerramento, o Ministro desafiou o CoLABOR a ajudar com contributos que apoiem o desenho de estratégias de criação de emprego no contexto que hoje vivemos, tendo sido colocada a seguinte questão: “Face ao impacto da pandemia no emprego e face à situação que a Europa está a planear vir a viver no plano de recuperação económica, quais as melhores estratégias para criar emprego, sobretudo no contexto onde hoje nos situamos?” Concluiu robustecendo a ideia de ser “urgente criar emprego e diversificar a economia”, deixando uma mensagem “positiva de valorização do quadro laboral e empresarial nacional, que no contexto europeu está classificado como fortemente inovador, abrindo espaço para a capacidade que existe de criação de novo emprego.
A Ministra do Trabalho, Solidariedade Segurança Social, Ana Mendes Godinho, sublinhou os próximos desafios futuros: i) a capacitação do ponto de vista tecnológico, de mecanismos e de instrumentos de resposta; ii) maior foco na substância levará a maior capacidade de dar respostas personalizadas às pessoas e não respostas-padrão. Para isso, alerta para uma mudança de paradigma; iii) garantir os sistemas universais de proteção social; iv) grande preocupação nos rendimentos e na regulação na gestão dos equilíbrios, para promover nestes momentos de fragilidade garantias de igualdade; v) necessidade de acelerar uma real transição digital, nas várias dimensões, na dimensão da capacitação das competências, na disponibilização de meios universais para que esta transição digital seja de facto para todos e não só para alguns e vi) um grande foco na criação de emprego.
Destacou ainda a importância de iniciativas como a Skills 4 pós-COVID-19 para a Ciência e o Ensino Superior que podem “contribuir para o desenho das medidas no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social a implementar”, sendo fundamental que as empresas e a academia digam e ajudem “a fazer a ponte, a dizer o que é que é preciso focar, para que haja esta absorção rápida por parte das empresas e também dos recursos que precisam”.
Manuel Carvalho da Silva, coordenador do CoLABOR, salientou que o resultado do debate apresentado, confirma, mais uma vez, a razão da existência de um laboratório colaborativo com as caraterísticas do CoLABOR em termos de agenda e de áreas de investigação.
Ficou o compromisso por parte deste Laboratório de prosseguir com um trabalho articulado e complementar que abra espaço e contribua ao nível de propostas concretas que sejam úteis, nomeadamente, para as políticas públicas.
Esta sessão foi transmitida em direto nas redes sociais do CoLABOR e contou com mais de 60 participantes.