O mercado de trabalho em Portugal no final da primeira vaga da COVID-19
O mercado de trabalho em Portugal tem sido profundamente impactado pela COVID-19, apesar das medidas destinadas à manutenção do nível de emprego. Pretende-se neste texto retratar os principais efeitos nocivos que a “primeira vaga” da pandemia teve no (des)emprego e quais as atividades económicas, as categorias sociais e os territórios que por ela foram mais penalizados. Embora estejamos ainda longe dos níveis registados durante a crise anterior, o ritmo a que o desemprego cresceu desde março é muito superior ao que se registou nesse período. Este fenómeno tem atingindo com particular dureza os trabalhadores mais jovens, com qualificações intermédias e vínculos contratuais precárias, sobretudo aqueles que trabalham nos serviços – em particular as atividades associadas ao turismo e ao imobiliário e em setores da indústria especialmente dependentes do mercado externo, como a indústria automóvel ou do calçado. O desemprego aumentou de forma mais acentuada no Algarve.